Toda pessoa já teve, pelo menos, um Professor, alguém que lhe tenha ensinado a arte de viver ou a de fazer algo. Figura muito respeitada em outros tempos, perdeu seu valor com o passar dos anos. Os pretendentes a exercer a docência ficaram desmotivados com a desvalorização generalizada que acometeu essa função. Vestibulandos só fazem opção por alguma licenciatura quando o nível da concorrência para outros cursos indica a quase impossibilidade de sua aprovação.
Quem foi Professor, há uns 30 anos, sabe o quanto era respeitado esse profissional. Os valores eram outros. Todos sabiam cantar por exemplo o nosso Hino Nacional, além de se comportar adequadamente ao ouvi-lo. Ainda não haviam estragado tanto nossa pátria e os nossos jovens. Mas o grande respeito ao Professor vinha das famílias, hoje desmanteladas. Inúmeros fatores deram sua contribuição nesse item: emancipação feminina; ausência dos pais na vida dos filhos; separação constante dos casais; nenhuma referência para os filhos; aprovação automática em Escolas públicas (grande pecado do sistema), falta de políticas públicas em apoio a essa classe tão importante, gerando falta de estímulo para dar sequência aos estudos e carreira da docência.
E o Professor, que nesse meio-tempo foi até cognominado de trabalhador do Ensino, via esvaziar, a cada dia, sua mais significativa função, a de Educador. Essa trajetória ultrapassou décadas. Desmoralizados pelo sistema e desmotivados com os baixíssimos salários, alguns se aposentaram, outros mudaram de profissão e outros são tirados os direitos já conquistados. Como a cobrança de conhecimentos é irrisória tanto no Ensino fundamental como no médio, caiu o interesse pelos estudos e, lamentavelmente, pelo Ensino.
O Aluno, a maioria quer apenas o documento de sua conclusão para lançar medíocres voos na área do trabalho ou ingressar na universidade com bagagem mínima para encarar estudos superiores, sem qualquer base cognitiva nem hábito de estudo.
Com o avanço da tecnologia e a era do conhecimento ganhando força, cresceu também a criação e a valorização de cursos voltados para essa realidade tecnológica. Em contrapartida, cada vez mais, as licenciaturas foram se esvaziando, até ser eliminadas da oferta de várias faculdades por falta de Alunos para compor uma turma.
Conscientes da importância do mundo tecnológico, a visão holística necessária a todos os profissionais exige a base que não vem sendo trabalhada pelos Ensinos fundamental e médio, o que compromete a qualidade do trabalho realizado em várias áreas. Além disso, a formação dos valores humanos não faz parte da prática da Escola, somente aparece no projeto pedagógico e em tímidas atividades durante o período letivo.
Assim, aos Professores que encaram a tempestade da sobrevivência, atuando no Ensino público, privado, muitas vezes trezentas horas para garantir uma vida digna a sua família, pois um turno apenas é insuficiente para este fim, não são reconhecido pelo excelente trabalho que realizam na sociedade. Essas são algumas ponderações da atual situação da educação e especial ao descaso na valorização dos professores. #Valorização dos professores, eles merecem!!!
Professor Carlos Pereira - Pedagogo e especialista no ensino da História e Geografia
Professora Dalva Soares Gomes de Souza - pedagoga e mestre em língua portuguesa
Tags
ARTIGO DE OPINIÃO