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Em 25 junho de 1997, a cearense Liduina deu à luz gêmeos idênticos mas não tinha condições de criá-los. Moradores da comunidade do bairro Padre Andrade, na periferia de Fortaleza, ela e o companheiro, pai dos dois meninos, tomaram então a difícil decisão de entregá-los para adoção poucos dias após o nascimento.
Adotados por famílias diferentes – uma na capital cearense; outra em Uberaba, no Triângulo Mineiro –, Tomaz Maranhão e Gabriel Ferreira ficaram sem notícias um do outro durante mais de duas décadas. Eles, que completam 23 anos nesta quinta-feira (25), reencontraram-se somente no início deste mês – por enquanto, viram-se apenas virtualmente.
A primeira videochamada dos gêmeos foi feita durante o intervalo do trabalho de Gabriel.
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“Não sabíamos o que fazer nem o que falar um para o outro. Ficamos chocados com a nossa semelhança, e confesso que estava um pouco assustado com ela. Mas foi um misto de sentimentos tão grande, que eu me sentia anestesiado e com uma paz interior, um alívio enorme, e surpreso por ter acontecido tão cedo”, diz Gabriel.
Desde então, o contato se intensificou. Os gêmeos têm passado várias horas da madrugada conversando, quase todos os dias. Já permaneceram das 21h30 às 9h para se atualizar de tudo que a distância privou ao longo desses anos.
Agora, os irmãos sonham com um abraço presencial, que ainda não foi possível por causa da pandemia do novo coronavírus.
“A minha vida inteira senti falta de mim mesmo, era um sentimento de perda. O achado do Gabriel me deu um novo ar de vida. Me fez ver que mesmo diante de toda situação crítica e triste que nos encontramos, há esperança", diz Tomaz. "Nosso maior sonho agora é sentir o poder do nosso abraço, poder materializar o nosso encontro. Sentir nossos corações que foram gerados juntinhos, mas que, por situações da vida, foram separados."
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