“Cassinha, atende, você tirou mil na redação do Enem!”. Foi assim, com uma mensagem de voz de um amigo, que a cearense Cássia Caroline Aguiar, de 18 anos, acordou no início da noite de quarta-feira (9).
Ela já tinha desistido de visualizar seu boletim de desempenho do Exame Nacional do Ensino Médio. Apesar de o ministro Milton Ribeiro ter anunciado no Twitter que a divulgação das notas, prevista inicialmente para sexta-feira (11), seria antecipada para as 19h de quarta-feira, candidatos tiveram dificuldade de acessar os resultados nas três primeiras horas.
“Fiquei impaciente e decidi dormir cedo. Mas aí meu amigo me procurou e disse que estava conseguindo ver as notas dele. Passei meu login, e ele abriu meu perfil no celular dele”, conta Cássia. “Quando viu minha nota mil, me mandou mensagem e ligou. Comemorei muito com a minha mãe e a minha avó.”
Talvez você imagine que Cássia é aquela aluna “100% de humanas”, que escreveu centenas de redações ao longo do ano e que prefere linguagens aos números. Engano seu.
A jovem coleciona medalhas em olimpíadas de exatas: só citando os maiores destaques, ela ganhou ouro na Brasileira de Física (OBF, no 9º ano do ensino fundamental) e na Brasileira de Química (OBQ, no 3º ano do ensino médio). Em 2021, ainda foi bronze na Olimpíada Internacional de Química (se não fosse a pandemia, ela teria feito a prova presencialmente, no Japão).
Exatamente por esse desempenho excepcional nas competições, Cássia ganhou uma bolsa de estudos para fazer parte da turma de ensino médio do Colégio Master, em Fortaleza, no grupo focado para o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA, um dos mais concorridos do país).
Faltando dois meses para o fim do ano letivo, ela mudou de ideia e pediu transferência para a classe que se concentraria no preparo para o Enem.
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