O cajueiro é uma planta nativa do Brasil. Apesar disso, o país não é o maior produtor mundial de caju - atualmente, esta posição pertence à Costa do Marfim, no continente africano. A segunda e terceira posições ficam com países da Ásia.
No mundo, o interesse no caju está relacionado à castanha, que é a parte mais aproveitada do fruto para o comércio - atualmente, a castanha do caju é a terceira noz mais consumida do mundo.
O Brasil, no entanto, se destaca por aproveitar também a "carne" do caju, a parte amarelo-avermelhada que compõe 90% da massa do caju. Dela, é possível extrair a polpa para o suco e para a produção de doces; o bagaço da polpa pode ser usado para alimentação de rebanhos; do suco é possível produzir a tradicional cajuína.
No início de outubro , a empresa de cosméticos L’Occitane au Brésil veiculou uma propaganda com a atriz Grazi Massafera em que aparece um caju "invertido", em que o fruto estava pregado na árvore pela castanha, quando, na natureza, ocorre ao contrário: a "carne" do caju é o que fica junto ao galho, com a castanha para baixo.
Afinal, qual é o fruto do cajueiro?
Por conta dos multiusos da "carne" do caju, muita gente acredita que ele é o fruto do cajueiro. Mas não é.
Na verdade, o caju é um pseudofruto, ou seja, um "falso fruto" – o verdadeiro fruto do cajueiro é a castanha, que nasce a partir do ovário da flor.
A “carne” do caju é chamada de pedúnculo. Os pedúnculos são estruturas vegetais que funciona como uma espécie de haste entre a planta e o seu fruto. No caso, a carne do caju atua como haste entre o cajueiro e seu fruto, a castanha.
Ao contabilizar a produção do fruto no Brasil, o IBGE, inclusive, utiliza a denominação “castanha-de-caju" para nomeá-lo.
Ceará é o maior produtor de caju do Brasil
Em 2022, o Brasil produziu 147 mil toneladas de castanha-de-caju, de acordo com o IBGE. Desse total, 95 mil toneladas foram produzidas no Ceará, que é o maior produtor do fruto no país. Sozinha, a produção cearense representou 66% de toda a produção brasileira.
O Piauí e o Rio Grande do Norte aparecem, respectivamente, como os segundo e terceiro maiores produtores de caju do Brasil. Juntos, os três estados são responsáveis por mais de 90% da colheita do fruto no país.
O Ceará é o estado que tem a maior área dedicada à colheita do caju: são 272 mil hectares, distribuídas em dezenas de propriedades rurais. Por sua forte presença no setor, o estado também é o maior exportador de castanha-de-caju do Brasil.
Em 2022, as exportações de castanha-de-caju brasileiras movimentaram, ao todo, 63 milhões de dólares, tendo Estados Unidos, Países Baixos e Canadá como os principais destinos.