O pequeno Bernardo, de 1 ano, conquistou na Justiça o direito de ter oficialmente uma família pouco comum: na certidão de nascimento dele agora constam os nomes do pai e das duas mães. Para uma delas, Jamile Ferreira, de 34 anos, conseguir realizar o registro multiparental do filho traz um 'sentimento de justiça'.
"Foi uma alegria muito grande e sentimento de justiça, pois o que já era real para nós, a maternidade da Natália, foi endossado e oficializado pela Justiça", disse a bancária Jamille Ferreira.
Ela, Natália Nogueira, 27 anos, e Ruan Vieira, 28 anos, estão junto há 3 anos e meio. O trisal teve amparo da Justiça para registrar o filho Bernardo com o nome dos três.
O relacionamento do trio começou quando Jamille e Ruan decidiram abrir a relação. O trisal já tinha o desejo de ter filhos e pretendia fazer uma fertilização in vitro, quando a bancária Jamille descobriu que estava grávida.
A alegria da descoberta da gestação dividiu espaço com a incerteza de como fariam para que o bebê pudesse ter o nome dos três na certidão. A família recebeu o parecer favorável da Justiça no dia 15 de fevereiro de 2024:
"Inexiste dúvida sobre a existência do estado de mãe e filho diante do vínculo afetivo entre os mesmos, caracterizando verdadeira relação socioafetiva. Portanto, o que se extrai de todo esse processo é que a segunda autora pode ser considerada mãe socioafetiva do menor", diz um trecho da decisão da 6ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
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